GRAAL, apenas um ponto de ônibus?

Aparentemente muito bonito e limpo, iguais a tantos, tudo feito e controlado para receber bem o viajante. Um parada de ônibus na rodovia Regis Bittencourt, altura de Registro/SP, são três no sentido Curitiba e um sentido São Paulo.

Faz uma parada lá quem quiser, ninguém é obrigado a nada, inclusive abastecer seu veículo com os preços de combustíveis na estratosfera de tão caros.

Vinha de Curitiba de carro como faço todo mês e resolvi parar pela primeira vez, me arrependi pois já tinha ouvido falar coisas sobre preços e valores.

Tenho uma certa habilidade na cozinha e já naveguei nessa área de bares e restaurantes durante muito tempo e de uma olhada rápida posso avaliar se custos e preços praticados estão condizentes com o produto ofertado.

Não é o caso dos GRAALs, comida simples, comum, pratos pesados, cheio de tortas e molhos, empanados, feijoada, tudo em grande tamanho, carnes assadas, saladas só de legumes, um único prato de verduras (alface) o que denota um objetivo que é aumentar o peso. Na balança R$ 35,90 por um quilo tratando-se de uma parada de ônibus onde o viajante não pode escolher a parada e é obrigado a sujeitar-se a esse preço é realmente um desrespeito das companhias de transporte aos seus passageiros, note-se que os motoristas dos ônibus não pagam pelo que consomem, o que para mim caracteriza um complô.

Podem até me criticar por estar dizendo isso, porém andando dentro do estabelecimento ouvi diversas pessoas se referirem ao preço abusivo praticado pela empresa, o que vem de encontro ao que percebi. Essas pessoas optam pelos lanches e salgados que também são de tamanhos incomuns e caros. Refrigerantes em latas R$ 3,10. Come-se em São Paulo muito melhor, em shopping, gastando-se muito menos, isso é que é o absurdo.

O que revolta é que se trata de uma parada (popular) de ônibus e não um shopping center, onde as pessoas saem às compras, muitos daqueles passageiros de ônibus estão em viagem por necessidade e às vezes até com o dinheiro contado para suas despesas e são obrigados à essas paradas decididas entre as empresas de transportes e os proprietários dessas arapucas prejudiciais aos viajantes. Uma rede que expalhou seus tentáculos em todas as boas rodovias do centro-sul, poderia ter maior consideração com os passageiros e usuários.

Mas os banheiros são limpos, o atendimento é bom, coisa de brasileiro que não é muito chegado em reclamar ou protestar, podem dizer. Isso é uma obrigação imposta pela saúde pública , sine qua non, não poderia funcionar.

Outrossim, a espoliação dos menos favorecidos aqui em nosso país é uma prática constante e geralmente abriga-se por detrás de fachadas beneficentes e altruístas, para esconder os torpes objetivos que sempre acaba detonando a população.

Cada uma faça como quiser, eu particularmente, nunca mais farei minha parada nos Graals, em protesto solidário àqueles passageiros dos ônibus que são obrigados a se sujeitar a essa imposição tão ditatorial.

(Foto ilustrativa)