Basta de política!!

Basta de política!
Essa situação que nos rouba momentos de nossas vidas, com família, filhos, aumenta nossos níveis de adrenalina e faz com que tentemos convencer nossos amigos que estamos certos e talvez estejamos errados. Direciona-nos a propagar utopias e inverdades, pois também somos falíveis e acreditamos em nossa ideologia e podemos também ser iludidos pelas ideologias de candidatos, pois queremos acreditar que ainda existe uma esperança de mudança.

Mas, graças ao bom Deus, tudo tem seu fim e essa situação horrível se encerra em poucos dias e tudo voltará à normalidade para nós os simples mortais. Esperamos que se encerrem também para aqueles cujas propostas travamos tantos embates e que tenham a hombridade de cumpri-las, coisa que também não acredito.

O direito ao contraditório e a liberdade de escolha, sempre foram e serão situações umbilicalmente ligadas à democracia, mesmo essa democracia parcial que existe aqui no Brasil, tema pouco discutido por políticos brasileiros, pois para corrigi-la teríamos que começar dentro da casa de leis, que é o Congresso Nacional.

É chegada a hora de iniciarmos um processo de participação efetiva da sociedade para alinharmos os políticos com os anseios da população e devemos começar pelo voto, esse instrumento tão poderoso e tão mal usado pelos brasileiros a tal ponto que, o primeiro passo seria a não obrigatoriedade de votar, o que efetivamente levaria o candidato a postar-se de forma respeitosa diante dos eleitores.

Acredito que o voto obrigatório é o responsável direto pelas aberrações chamadas Tiririca e Weslian, essas duas monstruosidades que se nos ofereceram como candidatos, denotando uma afronta e desprezo à nossa capacidade de escolher e ao mesmo tempo nos mostram a urgência que temos em separar a Educação e Saúde da política, pois não se pode construir um país digno e soberano tendo esses indivíduos participando de elaboração de leis ou comandando nossas cidades.

Votamos em pessoas e suas promessas oferecidas em consonância com os programas dos partidos, que são tantos e tão inócuos e nada tem a oferecer, entretanto, os candidatos mudam de partidos assim que se elegem, para ajudar o executivo ou por motivos mais torpes; abandonam cargos para o qual foram eleitos e também as promessas feitas à seus eleitores somente para ocupar outros cargos de interesses partidário, nunca com interesses voltados ao benefício do povo.

Vou para votação agora no segundo turno, e acreditem, lamentando que a minha opção esteja resumida àquilo que sobrou dos conchavos, artimanhas e negociatas, pois não eram e não são as minhas preferências, mas devo respeitar o direito da maioria. Uma situação melhor se apresentaria se tivéssemos um critério de escolha com nossa participação mais direta, talvez tal como votos distritais ou por escolha de delegados, tal qual nos EUA, ai sim, nossa representatividade seria melhor e poderíamos extirpar os vermes da carne sadia.

Estou realmente farto e ao mesmo tempo decepcionado com a TV e a Internet, instrumentos que bem usados fariam melhorias significativas em nossos conhecimentos, entretanto, não é isso que está ocorrendo, ao contrário buscam e pinçam aquilo que tem de mais espetacular, sensacional e atrativo, mesmo que o conteúdo deixe a desejar e despejam sem critério em nossos jovens e no povo em geral, que em certos casos, por falta de cultura, aplaude e passivamente pensa que participa.

As TVs em busca de ibope e telespectadores é um nascedouro de famosos iletrados e incompetentes, enfiando goela abaixo de todos nós imbecilidades e, por ter uma interatividade muito grande com nossos filhos, consegue destruir em poucos momentos o que levamos dias e meses para ensinar. Tratam a moral e a ética com o desprezo daqueles que não tem preocupação com formação de gerações futuras.

A Net, minha grande decepção, pois está à mão de todos nós, temos o livre arbítrio, e o que vemos? Correntes sem pé nem cabeça, documentos e fotos alteradas pelo photoshop sendo encaminhadas por pessoas que se dizem preparadas e até com certa cultura, sem contudo se darem ao trabalho de ao menos ler o conteúdo, verificar sua veracidade, simplesmente reenviam e se sentem participativos de um processo que eles acham progressista e atualizado, quando na verdade estão colaborando para aumentar o despreparo da população, pois afastam todos de leituras reais, livros, conteúdos, onde os resultados são visíveis nessa geração que em protesto insosso devem ser eleitores “responsáveis” pelos Tiriricas e Weslians de nossas vidas.

Tenho recebido durante todo esse período eleitoral, nos dois turnos, centenas de e-mails com as mais diversas manifestações a favor e contra este ou aquele candidato, porém o que merece destaque foram as classes sociais dos manifestantes em relação aos candidatos.

Aqueles que propugnam, dentro da nossa cultura republicana, por indivíduos que vivem no regojizo do trabalho alheio cujas existências se sustentam na riqueza conquistada não somente por seu esforço próprio, mas no das empobrecidas e exploradas gerações precedentes, voto Serra.

Aqueles cujo poder conquistado vêm de mão beijada, sem mérito próprio, frutos de obscuras tramas, apadrinhamento do poder, proteção e utilização de invisíveis relações com a casta dominante que quer perpetuar-se, voto Dilma.

Assim são nossos manifestantes, uns conscientes outros alienados, todos porém, sem poder diferenciar um candidato de outro, por serem ambos os frutos da mesma dissimulada aristocracia.

“A política é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso”. (Aristóteles)
(Foto ilustrativa)