Desisto! É isso mesmo. Cansei. Tenho me perguntado se não sou um daqueles idiotas idealistas que não se conformam em apenas ser como a maioria e ficar quieto no seu canto.
Durante a vida toda tomamos atitudes e nos posicionamos contra tudo e todos o que considerávamos errados, mesmo que isso nos tivesse custado algumas posições, cargos, amigos, etc. , entretanto, não deixamos de lado nossas convicções e nem abandonamos as trincheiras da luta.
Vivenciando algumas situações e condutas de pessoas mais chegadas e que representam diversas classes sociais das camadas da população pudemos concluir que a maioria é o que é, e deve se manter como tal, passando aos seus filhos os exemplos de comportamento que por sua vez adquiriram de seus pais, o que comigo não aconteceu, talvez essa a razão da desistência. Vão se espantar e dizer: - Que é isso, logo tu? Vais abandonar a luta? Não sei, talvez fosse melhor ser apenas mais um alienado que reclama que as coisas estão ruins só quando esta ruim pra ele, mas não faz nada para melhorá-las, até porque se arrisca a perder seu status, por quê?
Tive várias oportunidades de provocar situações de aglutinamento de pessoas objetivando a discussão de assuntos importantes em diversas áreas e, principalmente, na política, o nascedouro de tudo, o que as pessoas execram como o pior dos males, porém ela tem direcionado os povos há milênios, construído e destruído impérios, provocado guerras e gerado a paz, posto e deposto reis, e, não é a nossa simples covardia que mudarão os fatos. Isso me fez trazer ao texto uma citação enviada a mim nos blogs por um outro incansável lutador (LP) “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam” (Arnold Toynbee).
Tenho aberto canais, oferecido oportunidade para as pessoas se manifestarem, darem suas opiniões em diversos assuntos, tenho feito convites, tenho implorado ajuda, chamado a participar, aberto espaços, tudo com um só objetivo, fazer com que nasça a discussão! Parece que é o que não querem, dizem estarem satisfeitos e que não querem mudanças, seus horizontes se encurtaram, nada tem a oferecer, não se manifestam com medo de represálias, com medo do que o vizinho vai dizer! E os que o seguem? Porque além de filhos, pode ser o aluno, o empregado, os familiares, os colegas de futebol ou bilhar? A esposa, aquela companheira que às vezes também quer se libertar daquela rotina opressora? Como liberar o grito na garganta se não o praticamos? Que mundo é esse que ofereceremos aos nossos descendentes? Porque queiram ou não, de nossa postura e de nossas posições é que nossos filhos se espelharão e ai? Um pai omisso, alienado, que vive fingindo ser o que não é, aquele que fala mas não assume, quando assume toma partido e se cala diante das injustiças que o seu lado pratica.
Essa é a grande verdade de nossos tempos, apontar para esse ou aquele político por isso e por aquilo, porém o brasileiro não vota nas ideologias partidárias, vota sim, no político, aquele com quem ele mais se identifica, ou melhor, aquele que pode lhe oferecer alguma vantagem (A Lei de Gerson) ou atender alguém de seu relacionamento. Por ter esse comportamento dúbio e sacana, ele permite que cheguem ao poder o que existe de pior no seio da política de seu país, mas não consegue enxergar-se como o grande culpado pela omissão.
Alegra-se, chora, faz promessas, paga caro, idolatra, briga nas ruas, faz tudo por futebol, mas não é capaz de se revoltar em uma fila de banco ou de hospital depois de longas horas de espera, enquanto seus heróis em hotéis maravilhosos dão desculpas esfarrapadas pelas derrotas, que eles, sem protestos, aceitam.
O que leva o brasileiro a agir com tamanha submissão?
Vejamos, se o Brasil fosse parlamentarista, esse legislativo, inapto por conveniência, poderia parar de choramingar e fazer o trabalho que hoje faz o executivo. Porém, desde Getúlio o brasileiro se acostumou a viver na dependência de um homem, o que os deixou sempre na menoridade e imaturidade para seguir seus caminhos. Essa vocação de monárquico, ou seja de se deixar levar por um homem apenas, a adoração pelo caudilho, que também se assemelha ao governo atual, talvez seja, por sermos um regime democrático, o único motivo para não enveredarmos a uma nova ditadura que, necessariamente, não passa pelos militares, afinal muitos dos apoiadores de ontem, hoje posam de democratas.
Você sabe quem foi o primeiro presidente do Brasil? (Mal. Deodoro da Fonseca em 1891) pois é, poucos brasileiros sabem, mas o primeiro presidente americano todos eles sabem, e por quê? Submissão, políticas colonialistas, aceitação, desigualdades, falta de ensino, globalização, manipulação das massas pela mídia e por ai afora.
É veiculado na net um texto dito de obra de uma holandesa, que eu duvido, acredito que é um desses brasileiros que não quer assumir, onde mostra um Brasil que os brasileiros fazem questão de passar à diante como Fw:Enc: etc..., talvez até sem ler, porém se sentindo de alma lavada, por crer estar colaborando e, no fundo, dizendo não está tudo tão mal. Ledo engano pensar assim, as coisas citadas não espelham a realidade do país, tanto é que diz também... “Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando” e falseia quando fala que o congresso corta na carne, pois então o que dizer dos abaixo-assinados para banir do congresso os “ficha suja” que eles mesmos querem de volta.
Por que deixar o Ibo Katari, fazer o que fez? Se fosse com os EUA, invasão, marines, bloqueio econômico, etc., mas não; o Brasil de joelhos cedeu ao indígena da nação aimará e a Petrobrás e o Brasil perderam.
Novamente a submissão enraizada se manifesta, por citação a Fernando Brito:
Em primeiro: “Que pode estar ligado à submissão implantada pelos imperadores, governantes, nativos e estrangeiros, que domesticaram a nação, inibindo a gene social da participação, expressão de idéias e cidadania”.
Em segundo: “Pela cultura telenovelística, durante décadas estimuladas no Brasil, pregando a paralisia ante as telas, o brasileiro é incitado a participar emocionalmente, mas impedido de transformar em realidade, por não se permitir a interferência do telespectador”.
Em terceiro: “A lei de Newton, a da Inércia. Os brasileiros não romperam a cultura passiva diante do repouso ante as problemáticas nacionais, pois, tende a permanecer em repouso a iniciar um processo de participação intenso e duradouro”.
No contexto, o brasileiro acha muito mais fácil falar e reclamar, do que necessariamente agir para a concretização desse fim.
Dito isso, não é de se espantar ao ver a figura do atual presidente pairando acima de tudo e de todos, inclusive dos partidos, prestigiado pela massa cooptada pelas bolsas e planos, onde pode até sonhar com sua volta ao poder, para desespero dos oposicionistas inertes de última hora.
Que culpa nos cabe? Nenhuma, dirão os adeptos ao paternalismo do estado. Todas, dirão os mais radicais. Porém, uma coisa é certa, a nossa omissão, alicerçada nas desculpas que encontramos a todo o momento para não agir, para não tomar partido em tudo o que fazemos e sentimos, nos fazem, repito, menores e imaturos, a ponto de deixarmos que qualquer um tome o poder e faça lá o que quiser.
Recordando D. João VI, que disse:
- “Pedro, meu filho! Ficas nesta terra maravilhosa. Há muitos interesses entre Portugal e Brasil e maiores interesses de outras nações nesta terra. Se o Brasil tiver de ser independente, que seja por tuas mãos. Vá e proclama essa independência. Toma a coroa para ti antes que um aventureiro lance mão!”
Apresenta-se ai um exemplo de motivação para a atitude, nós temos visto sempre o povo na berlinda dessas posturas, deixando para outrem as decisões sobre sua vida, sobre o futuro de seus filhos, de sua família e de seu país. Ao omitirmos estamos sendo coadjuvantes com aquilo que lá acontece e, sem lamentações, temos que aceitar e, quiçá, nos resignar.
Para que haja mudança, é preciso coragem para mudar, é preciso atitude de cidadão consciente de suas responsabilidades para com o conjunto da sociedade em que vive, respeitando as leis e fazendo-se respeitado.
1 de novembro de 2009
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Meu nobre... perfeita tua manifestação... por isso comecei a participara da política... tentar mudar o estado das coisas... vou repassar teu texto em e-mails e no twitter... parabéns
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