Recebi pela net uma das proposituras (atuais até hoje) do então, parlamentar Clodovil Hernandez, polêmico, mordaz e sarcástico, por isso a reflexão sobre seu projeto.
Inteligente, crítico, corajoso em suas posturas e com grande capacidade de antecipar situações e momentos, o que ocorreu em julho de 2008.Nessa data o Deputado Clodovil Hernandez apresentou à Mesa da Câmara, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para reduzir o número de deputados de 513 para 250. O projeto teve 250 assinaturas, quando são necessárias 270, Nem foi apreciado. Não passou e todos sabemos os motivos!
Pelo projeto nenhuma unidade da Federação poderá ter menos de 4 (quatro) deputados e nem mais de 35 (trinta e cinco). Hoje, a menor representação tem 8 (oito) e a maior 70 (setenta)
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Se a PEC passasse haveria um corte de 263 deputados e redução de gastos, só em despesas com os parlamentares, de R$ 26,3 milhões por mês. O custo de cada Deputado é de R$ 6,6 milhões por ano e de cada Senador é de R$ 33,1 milhões por ano. Se a emenda do Deputado Clodovil fosse aprovada a economia para o país seria de R$ 3,1 Bilhões de reais por ano, algo tentador!
Fazer com que a qualidade prevaleça à quantidade seria um passo a favor da democracia, que eles, os parlamentares, não querem dar, haja vista a volta dos “processados” da lista suja. Uma vez que eles não estão legislando, só o fazendo quando para o próprio bem, deixando ao executivo, via MPs, todo o trabalho, caracteriza-se sua inutilidade quanto ao seu volume de representantes.
Os EUA com 120 milhões de habitantes a mais têm menos congressistas que o Brasil, o que nos leva aceitar como necessária a idéia do ausente Clodovil, teríamos uma limpeza ética e com certeza o expurgo de vários partidos de aluguel que se servem das legendas para negociatas espúrias com os governos, estatais e empresas.
Algumas pessoas alegam que a alteração do coeficiente eleitoral provocará um encarecimento nas campanhas cujo custo poderá dobrar e somente os ricos poderão eleger-se, como se ai residisse alguma novidade, afinal desde que “caímos das árvores e andamos” que nossa representação parlamentar não é da base piramidal, o que também não significa o fim da corrupção.
A representatividade política hoje é um monopólio dos partidos políticos, não cabendo a população o mínimo de participação nas escolhas, o que traz à tona a discussão do voto distrital puro e simples, com um financiamento público das campanhas.
O descrédito e a impossibilidade de intervir como eleitor, já que ele apenas participa na votação e não na escolha, motiva a grita popular para uma reforma que atinja o congresso na carne, situação que eles defenderão com unhas e dinheiro.
Acreditar que diminuir o numero de parlamentares é diminuir a representação popular, é inverídico já que as “legendas de aluguel” e o troca- troca dos de partidos pelos representantes eleitos, desconsiderando a origem do voto, prova que o eleito não cogitava atender os anseios de seu eleitor (o povo), por conseguinte, não o representava e somente o usa para seus objetivos.
Todo o resto é falácia!
"É evidente que você vende candidatos políticos da mesma forma que sabão ou cera ou o que for, porque, no fundo, essa é a única forma que qualquer coisa é vendida". (Sid Bernstein)
Ola Dani! Ficou muito bom este texto.
ResponderExcluirInfelizmente uma reforma para atingir o congresso na carne é realmente para mim ilusória, pois ainda não temos "maturidade politica" para enfrentar o dito congresso! Sem falar que o poder financeiro deles é invencível, por agora....espero...Bjs