Serra: Defender o acervo de erros de FHC e PSDB foi o seu suicídio!

Constantemente FHC se manifesta contrário a postura do Serra dizendo que é preciso defender seu acervo político. A cacicagem do PSDB é nociva ao povo brasileiro, não fazem política para o bem estar da população, não governam para o povo, fazem para grupos econômico- financeiros e para uma casta privilegiada, seu filão sempre foi eleitores com a maior faixa de renda, a já Dilma detonou essa vantagem no sul.

O povo brasileiro é o que tem a pior memória do mundo, lentamente esta se lembrando dos danos que os senhores do Plano Cruzado lhes impuseram, o plano pode ter sido o marco definitivo para a erradicação da inflação, entretanto, o preço que muitos brasileiros pagaram e estão pagando ainda é real (literalmente). Não se concedeu anistia como aos torturadores e guerrilheiros, não tiveram suas dívidas remidas como fez a Receita Federal, sabem por quê? Porque as dívidas são com os famigerados Bancos, esse câncer, os agiotas oficiais, que comem as nossas entranhas sem dó nem piedade.

Em 1994 quando o cruzado foi instituído, por decreto, reduziu-se a inflação e os juros comerciais a níveis ínfimos, porém as dívidas com as instituições bancárias e de crédito permaneceram nos patamares estratosféricos que estão até hoje, o que tornou inadimplentes muitos empresários e cidadãos nesse país, que ainda hoje lutam para libertar-se das garras do polvo faminto, outrossim, as dívidas do setor agro-pecuário foram todas devidamente equacionadas, bastando a movimentação da bancada ruralista no Congresso Nacional, legislando em causa própria.

Esse é o acervo que FHC quer que o Serra mantenha vivo na campanha, quer também que mostre ao povo porque somos o segundo país do com o minuto mais caro em telefonia no mundo, pedágios, combustíveis, distribuição de renda. Tudo isso pesa na balança dessa eleição, é o julgamento popular. O povo não quer correr o risco de perder suas conquistas. O Lula nos deu de volta o orgulho de ser brasileiro, tirou-nos da incômoda posição de joelhos, levantou nossa moral, até a classe média se engajou. As privatizações dos bancos foi também uma lesa-pátria, venderam-se bancos estatais que nos custaram milhões por tostões ao setor privado, esses mesmos que hoje nos assaltam diariamente com esses juros escandalosos. Essa eleição é a vingança do povo, é o início do "aqui se faz, aqui se paga".

Toda a responsabilidade da reforma monetária era de FHC, pois até então não tínhamos uma política estável, fazia-se mister que naquele momento os juros bancários fossem também regulamentados, optou em deixar-los livres, preço que todos nós pagamos até hoje, pois os Bancos são grandes financiadores de campanhas políticas e por isso devem manter-se intocáveis, até quando?

O PSDB e Serra estão enterrados, a sorte do Palácio do Planalto será definida no primeiro turno e até nos principais redutos tucanos será um massacre, talvez a legenda se extinga naturalmente e quiçá seja um bom motivo para renascer um partido com bases populares o que eles nunca foram.

Eu não sou blogueiro de última hora e muito menos cronista elitista de revistas famosas, que até ontem aplaudiam Serra e que aguardaram setembro chegar para definirem suas posições e reconhecerem a derrota do tucano, o principal deles o Montenegro, Presidente do Ibope, que fez o mea-culpa na Revista ISTO É (setembro) admitindo a vitória de Dilma. Em fevereiro eu já comentava a situação cômoda de Dilma e apontava que a transferência de votos tinha uma razão forte, que nem ele, o Montenegro, quis dizer (ele sabia), que era a competência política de Lula. O resto é balela!

(Foto ilustrativa)

O que os candidatos não querem falar...

O Brasil é atualmente o país que tem a maior carga tributária da América Latina, (1º Brasil, 2º Argentina, 3º Uruguai, 4º Chile, 5º Peru) correspondendo a 36% do PIB (Produto Interno Bruto), na opinião desses especialistas que só fazem falar esse percentual não deveria ultrapassar a casa dos 25% do PIB brasileiro, entretanto não dizem que a gastança infernal e a criação de milhares de empregos pelo Sr. Lula e seu PT, inclusive o do embaixador de Funafuti capital de Tuvalu , obrigam não só a se manter elevada a carga, como às vezes, tentam sorrateiramente aumentá-la.

O presidente Luiz Inácio defende essa carga tributária, aliás, sempre dando seus foras, para quem nunca trabalhou e nem sabe o que é ter IR retido na fonte, falar em manter esse absurdo é próprio de quem não cumpre suas promessas e acredita que o Estado deve ser paternalista e distribuir dinheiro como nos programas de Bolsas em que se doam misérias em troca de votos e apoio, onde consegue atingir a marcas de popularidade até então jamais conseguidas.

Quem paga o pato desse descalabro é o pacífico e subserviente consumidor brasileiro, pois em se tributando o consumo todos pagam por igual, quando o correto seria, como nos países ricos, a concentração da cobrança sobre o patrimônio e a renda, afinal a promessa de tributar as grandes fortunas era dele, o Lula. Certamente esbarrou nas dificuldades em testar os poderosos e amarelou, depois o povo que se dane e continue pagando particularmente aquilo que os Estado presta como maus serviços, educação, saúde e segurança, entre outros.

A reforma tributária está lá há muitos anos, no Congresso Nacional, falta vontade, de vergonha na cara desses políticos brasileiros, afinal sabem eles que para se dar ao povo o que é dele, ter-se-á que tirar deles. Estados e municípios, assim como o governo federal, não querem abrir mão de parte arrecadada. Como distribuir propinas, assaltar cofres públicos, falcatruas, superfaturamentos, desvios, etc. sem os excessos da carga tributária que deveriam servir a massa?

Já pagamos mais de 500 bilhões de reais em tributos este ano e no andar da carruagem deveremos chegar ao trilhão. Os bancos, financeiras, doleiros continuam como se vivessem em outro mundo, com juros na casa de 360% ao ano também punem o povo.

A mídia em geral vive de favores e publicidade de governos se ajoelha e contorna os problemas mais graves, enquanto infantiliza e emburrece o povo com programas insossos e idiotas, mormente agora com o tal horário gratuito, onde novamente os palhaços, sem vergonha alguma, fazem as promessas que há muitos e muitos anos se repetem e não são cumpridas.

Candidatos à presidência falam de tudo menos de assuntos onde não farão mudanças, por conseguinte, tire seu burro da chuva, pois o que você que não vive com nenhuma bolsa do governo jamais verá é alguma mudança significativa no atual quadro de desmandos. Lá chegando os da oposição farão acordos e conchavos para governar, pois no Brasil os governos sofrem de “ciumeira” ninguém quer saber se os projetos do antecessor é bom ou ruim, descartam-no mesmo que custem os olhos da cara ao povo, querem é estabelecer seu “estilo” de governar, foi assim sempre. Se for o candidato da situação, vai dar a lógica, tudo continuará como antes, talvez até aumente a carga tributária e cuidem-se, o caudilho fará um auto-exílio, tal qual Getúlio, para retornar nos braços do povo. Quem estiver vivo em 2014, verá!!!

(Foto ilustrativa)

Militares , nunca mais!! (Millôr Fernandes)

Ainda bem que hoje tudo é diferente, temos um PT sério, honesto e progressista. Cresce o grupo que não quer mais ver MILITARES NO PODER, pelas razões abaixo:

Militar no poder, nunca mais. Só fizeram lambanças!
Tiraram o cenário bucólico que havia na Via Dutra de uma só pista, que foi duplicada e recebeu melhorias; acabaram aí com as emoções das curvas mal construídas e os solavancos estimulantes provocados pelos buracos na pista. Não satisfeitos, fizeram o mesmo com a rodovia Rio-Juiz de Fora. Com a construção da ponte Rio-Niterói, acabaram com o sonho de crescimento da pequena Magé, cidade nos fundos da Baía de Guanabara, que era caminho obrigatório dos que iam de um lado ao outro e não queriam sofrer na espera da barcaça que levava meia dúzia de carros.

Criaram esse maldito do Pro-Álcool, com o medo infundado de que o petróleo vai acabar um dia. Para apressar logo o fim do chamado "ouro negro", deram um impulso gigantesco à Petrobrás, que passou a extrair petróleo 10 vezes mais (de 75 mil barris diários, passou a produzir 750 mil); sem contar o fedor de bêbado que os carros passaram a ter com o uso do álcool.
Enfiaram o Brasil numa disputa estressante, levando-o da posição de 45ª economia do mundo para a posição de 8ª, trazendo com isso uma nociva onda de inveja mundial.

Tiraram o sossego da vida ociosa de 13 milhões de brasileiros, que, com a gigantesca oferta de emprego, ficaram sem a desculpa do "estou desempregado".
Em 1971, no governo militar, o Brasil alcançou a posição de segundo maior construtor de navios no mundo. Uma desgraça completa.
Com gigantesca oferta de empregos, baixaram consideravelmente os índices de roubos e assaltos. Sem aquela emoção de estar na iminência de sofrer um assalto, os nossos passeios perderem completamente a graça.

Alteraram profundamente a topografia do território brasileiro com a construção de hidrelétricas gigantescas (TUCURUÍ, ILHA SOLTEIRA, JUPIÁ e ITAIPU), o que obrigou as nossas crianças a aprenderem sobre essas bobagens de nomes esquisitos. O Brasil, que antes vivia o romantismo do jantar à luz de velas ou de lamparinas, teve que tolerar a instalação de milhares de torres de alta tensão espalhadas pelo seu território, para levar energia elétrica a quem nunca precisou disso, implementaram os metrôs de São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife, deixando tudo pronto para atazanar a vida dos cidadãos e o trânsito nestas cidades.

Baniram do Brasil pessoas bem intencionadas, que queriam implantar aqui um regime político que fazia a felicidade dos russos, cubanos e chineses, em cujos países as pessoas se reuniam em fila nas ruas apenas para bater-papo, e ninguém pensava em sair a passeio para nenhum outro país. Foram demasiadamente rigorosos com os simpatizantes daqueles regimes, só porque soltaram uma "bombinha de São João" no aeroporto de Guararapes, onde alguns inocentes morreram de susto apenas.

Os militares são muito estressados. Fazem tempestade em copo d'água só por causa de alguns assaltos a bancos, seqüestros de diplomatas... ninharias que qualquer delegado de polícia resolve.
Tiraram-nos o interesse pela Política, vez que os deputados e senadores daquela época não nos brindavam com esses deliciosos escândalos que fazem a alegria da gente hoje.

Inventaram um tal de PROJETO RONDON, para que os nossos universitários conhecessem os problemas dos brasileiros desassistidos nos grotões da Amazônia, Centro-oeste e Nordeste; Inventaram ainda o FGTS, PIS e PASEP, só para criar atritos entre empregados e patrões. Para piorar a coisa, ainda criaram o MOBRAL, que ensinou milhões a ler e escrever, aumentando mais ainda o poder desses empregados contra os seus patrões.

Nem o homem do campo escapou, porque criaram para ele o FUNRURAL, tirando do pobre coitado a doce preocupação que ele tinha com o seu futuro. Era tão bom imaginar-se velhinho, pedindo esmolas para sobreviver.

Outras desgraças criadas pelos militares:
Trouxeram a TV a cores para as nossas casas, pelas mãos e burrice de um oficial do Exército, formado pelo Instituto Militar de Engenharia, que inventou o sistema PAL-M. Criaram a EMBRATEL; TELEBRÁS; ANGRA I e II; INPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM.

Tudo isso e muito mais os militares fizeram em 22 anos de "desgoverno". Depois que entregaram o governo aos civis, estes, nos vinte anos seguinte, não fizeram nem 10% dos "estragos" que os militares fizeram. Graças a Deus!
Tem muito mais coisas horrorosas que eles, os militares, criaram, mas o que está escrito acima é o bastante para dizermos: "Militar no poder, nunca mais"!!! Salvo os domesticados...

"A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta" (Rui Barbosa em "Oração aos Moços").

"O cinema e a literatura inventaram o herói sem causa. O parlamento brasileiro consagrou o canalha sem jaça".

Texto de Millôr Fernandes - desenhista, humorista, dramaturgo, escritor e tradutor brasileiro. (Foto ilustrativa)